Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sábado, 27 de março de 2010

Conservatória, meu amor

Olá, amigos!

Sei que ando meio sumida e não posto há algum tempo, mas andei meio sem vontade de escrever depois do término da minha última relação amorosa (?)...enfim, passada a tempestade, veio a bonança! E veio em forma de viagem!
Resolvi comemorar meu aniversário em um dos lugares que mais amo: Conservatória!
Ganhei a viagem de presente e no dia 5 de março, sexta-feira, embarcamos eu, minha mãe e minha tia rumo aquele pedacinho do céu!

Essa viagem foi diferente de todas as outras que eu já fizera antes (acho que já fui umas 10 vezes a Conservatória) pois dessa vez eu estava sem carro! E fomos até lá de ônibus! Eu descobri que existe um ônibus direto que sai da Rodoviária Novo Rio, mas ele só sai às 20h15 de sexta-feira (é o único horário!!) e como eu não queria perder a seresta e a serenata de sexta à noite, tive que arrumar outro jeito de ir pra lá.
Pesquisei, pesquisei (viva a internet!) e descobri que a Viação Normandy nos levaria até Barra do Paraí e, de lá, pegaríamos outro ônibus até Conservatória. Pois bem. O processo foi simples:
Chegamos na Rodoviária na sexta de manhã e compramos a passagem para Barra do Piraí por R$ 34,00. Aproveitamos e já compramos a volta também! Há um ônibus direto de Conservatória para o Rio que sai aos domingos às 16h. Esse custou R$ 30,00.

A viagem até Barra do Piraí demorou umas 2h30, com direito a uma paradinha de 10 minutos em Piraí (cuidado pra não descer no lugar errado! A primeira parada é em Piraí e não em Barra! E é apenas para desembarque). Ao chegarmos no nosso destino, atravessamos a pequena rodoviária e compramos o bilhete para Conservatória pela Viação Barra do Piraí ( o nome é pomposo, mas é um ônibusinho bem comum. Quem tem passagem comprada, entra pela porta da frente, mostra a passagem ao motorista e senta no lugar marcado, quem não tem a passagem e vai pagar direto com o trocador, entra pela porta de trás) e esperamos que ele conseguisse atravessar o trânsito caótico da cidade (é incrível como certas cidades pequenas têm tráfego de cidade grande!) e nos acomodamos, pois a viagem demoraria mais 1h.
Enfim, chegamos a pequena rodoviária de Conservatória, que não mudou nada (que bom!) e que fica quase em frente ao local onde sempre nos hospedamos: A Pousada Martinez.
Só em respirar o ar de Conservatória parece que os pulmões já percebem que há algo diferente; a oxigenação do cérebro melhora e, incrivelmente, os problemas do dia a dia somem, como num passe de mágica!
Passeamos pela praça da cidade, pela rua que vem e pela rua que vai (já mencionei nesse blog que Conservatória só tem duas ruas, né?), fomos à belíssima Casa do Poeta, onde o Moa continua nos recebendo com o carinho de sempre e seus lindos versos! Passeamos, passeamos, passeamos e descobrimos, com alguma tristeza, que o Museu da Seresta foi fechado pela defesa civil. Agora os seresteiros se encontram na Casa da Cultura, que fica perto da Igreja, ao lado do cine-teatro e da escola Estadual. A seresta daquela sexta estava lotada, mas São Pedro não estava de muito bom humor, pois chovia a cântaros lá fora! Na hora de sair para a serenata (23h) os seresteiros foram e até tentaram sair cantando pela cidade, como costumam fazer, mas debaixo de chuva ficava impraticável!
Voltamos para a pousada com a sensação de que, interditando o Museu da Seresta, o movimento ficou meio órfão. Parece que nem todos os seresteiros aderiram à ideia de cantar na casa da Cultura...sentimos falta de algumas figuras ilustres de Conservatória, mas tínhamos a esperança de que no sábado tudo voltaria ao normal...
Acordamos cedo e fomos tomar café da manhã esperando encontrar o que sempre encontramos: música! Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que naquela manhã não tinha nem o Ronaldinho do Cavaquinho, nem o Pedro Quinane e nem o Dehon alegrando nossa manhã...
É, Conservatória parecia sutilmente diferente das outras vezes...e eu começava a me incomodar com isso, afinal, ali é o meu paraíso!
Saímos para umas comprinhas e um passeio pela cidade. As mesmas lojas, a mesma hospitalidade, música pelas esquinas...É, parece que nem tudo está tão diferente assim. Ainda há uma esperança!
Resolvemos conhecer a tal Casa da Cultura, afinal, ela tem um acervo e não é só ponto de encontro dos seresteiros.
Há belas esculturas...


...um quadro dos irmãos José Borges e Joubert...

...aparelhos de som bem antigos...
...até um fuso, igual ao da Bela Adormecida...

Fomos para a pousada descansar e eu acordei com o barulho da chuva lá fora...o céu caia em forma de água! Chovia muito e, naquele momento, tive a sensação de que a serenata daquela noite estava definitivamente cancelada. Mas como somos brasileiras (e não desistimos nunca!), nos encaminhamos à casa da Cultura, quando a chuva deu uma trégua.
Só tínhamos nós! Durante mais de 30 minutos ficamos lá, só nós, e um casal de senhores cujo marido canta na seresta. Só lá pelas 21h15 as pessoas foram chegando timidamente...e lá pelas 22h o local estava cheio e a seresta aconteceu lindamente! Mais linda ainda porque descobrimos que há um novo movimento na cidade que ensina os jovens a tocar alguns instrumentos para que a serenata não morra! Achei lindo! Meninos muito jovenzinhos, com uns 12 a 14 anos, já conhecendo música boa e tocando lindamente! Dava gosto de ver!


Lá pelas 23h São Pedro deu uma trégua e saímos em serenata! Foi tão bonito! Como eu gosto de estar lá! Como aquele lugar me faz bem! Cantamos durante quase duas horas! Depois dormimos leves e felizes! No dia seguinte, surpresa! Tinha música no café da manhã! Estavam lá o Ronaldinho do Cavaquinho e o Dehon! Foi ótimo! Apesar de eu já conhecer as histórias deles há anos, adoro ouvi-los pela manhã. Faz bem pra alma!
Depois, saímos para a Solarata, um movimento um pouco diferente da serenata, não apenas pelo horário, mas pelo tipo de música que é tocado. Na solarata vale todo tipo de música (boa, que fique claro!) desde Vicente Celestino até Zeca Pagodinho! Foi divertido!
Almoçamos no Dó, Ré, Mi um escondidinho de aipim com carne seca que era dos deuses! Melhor só o da minha tia!
Fizemos check-out na pousada e pegamos o ônibus ali em frente as 16h. Três horas depois estávamos na Rodoviária Novo Rio.
Vivi um Fim de semana maravilhoso, em um lugar maravilhoso, com pessoas maravilhosas! E percebi como é simples ser feliz! Por que o ser humano complica tanto?

Até breve!

VIAGEM REALIZADA EM MARÇO DE 2010

Em tempo: Voltei a Conservatória em 2013 e a não é mais a viação Normandy e sim a viação Útil que faz o trajeto até lá. 
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