Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chuva que vira arte na Toscana

Ciao, amigos!

Meu último dia na Toscana amanheceu chuvoso. Ainda bem que eu não planejei ir a Siena ou a San Gimignano, senão seria frustante. Mas como eu estava em Firenze, fui fazer passeios que a chuva não poderia atrapalhar. Primeiro fui ao “Museo Bargelo”, um lugar belíssimo com esculturas maravilhosas de Michelângelo, Giambologna, Ammannati e outros. Esse é o segundo museu mais importante de Firenze, só perde para a Galleria degli Uffizzi. Custa 4 euros para entrar e vale a pena pois a quantidade de esculturas do século XIV encontradas ali é de impressionar! Além da própria estrutura do local, que já foi um palácio. Arquitetura belíssima!






Saí de lá e ainda chovia! Então fui para o “Museo e Casa de Dante” que fica ali perto. Foi a casa onde o autor da Divina Comédia viveu e tem vários escudos heráldicos mostrando passagens do livro, além de mapas de como era o mundo na época de Dante e de pinturas ilustrando algumas passagens da maior obra dele. Muito interessante.







Ao sair a chuva não dava trégua e me encaminhei ao “Palazzo Vecchio”, um lugar que descobri no meu primeiro dia em Firenze e que prometi voltar. A entrada custa 6 euros e vale cada centavo porque o lugar é simplesmente D-E-S-L-U-M-B-R-A-N-T-E!!!!!!! O salão quinhentista é de cair o queixo! Tem cada escultura belíssima!








Depois, pode-se subir para apreciar as outras salas que têm pouquíssimos móveis ou quadros nas paredes, pois os tetos e as pinturas feitas nas próprias paredes já roubam a cena! Tinha uma parede pintada com uma Vênus nascendo das águas. Não era a de Botticceli, mas era linda do mesmo jeito!
Fiquei um bom tempo no Palácio, tanto que até parou de chover, o que foi ótimo pois é muito complicado andar de guarda-chuva e câmera na mão. Almocei pizza (de novo!) e rumei para o “Giardini di Bóboli”, um jardim que fica dentro do Palazzo Pitti e para o qual se paga 10 euros para entrar (o ingresso também dá direito a visitar o Museu da Porcelana e o Museu dos Costumes, esse só de roupas de época. Minha ex-cunhada iria adorar! Pena que não pude tirar foto!).





O jardim é enorme, cheio de muros de hera, fontes e estátuas. Tem também uma bela vista de Firenze ao longe. Passeei um pouco, ouvi um pouco de música, tirei umas fotos e descansei da minha empreitada de hoje, afinal, foram 3 museus em um dia! Ufa!
Saí de lá ainda estava fazendo um solzinho tímido, tomei um sorvete e voltei para o hotel com os pés doendo de tanto andar!
Hoje foi meu último dia em Florença, amanhã de manhã pego um trem para Roma. Minha estada pela Toscana foi agradável. Gostei de Firenze apesar de achar que eles poderiam acolher melhor os turistas. Falta informação nos museus,dizendo o que é o quê, há momentos em que a gente fica meio perdida. Não existem folhetos explicativos como em Paris ou Genebra. Se não fosse o guia que comprei aqui, dificilmente entenderia as obras expostas. Aqui na Itália as coisas são um tanto zoneadas. Não é a toa que dizem que a Itália se parece com o Brasil...
Amanhã chego em Roma e sei que não vai ser melhor, pois todos dizem que Roma é bastante confusa, mas vamos ver...quem sabe dou sorte?

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

Michelangelo e Galileu no mesmo dia em Firenze

Ciao, amigos!

Acordei tarde hoje! Afinal, depois de mais de 8 horas andando ontem em Lucca, eu merecia um descanso! Após o lauto café da manhã, fui a um Museu que queria muito visitar aqui em Firenze: A Galleria dell'Accademia. É onde está o original da estátua de Davi de Michelângelo. Fiquei 1h30 na fila para comprar o ingresso que me custou 10 euros ( tá vendo, isso que dá não reservar pela internet com antecedência!) e finalmente pude entrar para ver as obras desse mestre da escultura.
Na primeira sala que entrei vi “O rapto das Sabinas” original (a réplica está na Piazza Signoria) de Giambologna.


Ao entrar em outra sala estavam os famoso “escravos” de Michelângello, obras incompletas,originalmente destinadas ao túmulo de Julio II na Basílica de San Pietro, no Vaticano.



Depois a gente vê uma “Pietá”, também do mestre, que é muito bonita...


E ali, em destaque, escontra-se ele: O Davi! Lindo! Um escândalo de grande! Só a estátua tem 4 metros, sem contar o pedestal! Uma perfeição de anatomia humana representada ali naquele bloco único de mármore.

Diz a lenda que perguntado como ele tinha feito aquela estátua tão perfeita em um só bloco de pedra, Michelângelo respondeu: “Eu olhei o bloco, peguei o martelo e o cinzel e tirei tudo o que não era Davi”. Simples assim! Só mesmo um gênio para enxergar Davi em um bloco de mármore. Impressionante!




Saindo da Accademia, fui até o Batistério de San Giovanni, dedicado a São João Baptista. Custa 4 euros para entrar e você pode fotografar a vontade! O lugar é lindo! Tem mosaicos que contam as histórias da bíblia, além das portas contando também passagens da vida de personagens bíblicos. É nesse batistério que está o “portal do paraíso” que eu mencionei em um post anterior.




Almocei uma deliciosa pizza caprese (muzzarela de búfala, rúcula e tomate!) e fui até o Museu Galileo, antes chamado de Museu da História da ciência. É um lugar bem interessante e mostra vários inventos não só de Galileo, mas de várias pessoas, com intenção de medir o tempo e entender o universo.


Há vários globos mostrando o céu, a terra, as novas terras descobertas e aquelas que se acreditavam existir...





Para quem gosta de ciência e coisas do gênero, vale a pena a visita. Custa 8 euros.





Na volta, passei por um caminho diferente e acabei descobrindo um supermercado! Aproveitei e fiz umas comprinhas. Passeei mais um pouco, mas a essas alturas meus pés já estavam doendo muito para pensar em ir a qualquer outro lugar, então voltei para o hotel.
Amanhã eu iria a Siena e San Gimignano, mas desisti desse passeio. Resolvi aproveitar um pouco mais de Firenze. Há museus aqui que quero ir e um jardim que dizem que é lindo! Sei que muita gente acha que vir a Florença significa necessariamente fazer um bate-volta a essas duas cidades, principalmente pra quem vai passar 6 dias na Toscana, mas minha viagem será diferente. Quero conhecer mais de Firenze, andar pelas suas ruas e visitar alguns museus que, em geral, as pessoas não costumam ir. As outras cidades ficarão para uma outra oportunidade...


Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

Viareggio e Lucca, um dia agradável na Toscana com um amigo!|

Ciao, amigos!

Hoje foi um dia muito agradável, pois fui encontrar o Theo, um amigo da época da montanha, que mora aqui na Toscana. Saí cedo e fui até a estação de trem comprar passagem para Viareggio, que é a província onde ele mora. O trem saiu as 8 horas da manhã e durante todo o trajeto eu me senti em Uganda, devido à quantidade de africanos presentes dentro do trem! Em dado momento, olhei ao meu redor e percebi que eu era a única branca do vagão.
Todas as mulheres estavam vestidas com aquelas roupas coloridas e lenços na cabeça combinando, já os homens usavam calças quadriculadas à la Nelson Mandela e estavam todos de chinelo de dedo. Falavam uma língua estranha, talvez um dialeto, que eu não conseguia entender uma só palavra e riam! Riam alto, fazendo brincadeiras uns com os outros. Pareciam felizes!
Era engraçado ter esse contato tão direto com a África estando na Europa, contudo, tenho percebido cada vez mais a presença não só de africanos, mas de árabes e asiáticos aqui na Europa. Desde Paris que tenho notado que a quantidade de pessoas não-europeias vivendo e trabalhando aqui é muito maior do que, provavelmente, os governos gostariam. Talvez agora eu consiga entender toda a política de leis severas contra a imigração ilegal que existe por essas bandas de cá. No Brasil não temos isso. A mistura de povos se dá de uma forma pacífica e somos todos meio índios, meio europeus e meio africanos, mas aqui tudo parece bem separado. É como se existissem guetos, não propriamente físicos, mas imaginários. Aqui cada povo faz questão de manter suas tradições, seja na língua, no vestuário ou na comida. Bem diferente do Brasil, em que tudo se mescla tornando nosso país de uma pluralidade única no mundo, onde todos são apenas brasileiros.


Depois de 1h40 desses pensamentos que acabei de comentar desci em Viareggio e liguei pro Theo. Ele foi me buscar na estação e foi me mostrar a linda cidadezinha onde ele mora. É um local de praia e tem uma marina com farol e tudo.





Ele me contou que Puccini, o compositor, viveu ali e até me mostrou o piano que ele tocava. Hoje fica em uma livraria.



Viareggio tem uma arquitetura bem simpática, um clima gostoso, com uma brisa agradável. Depois de um giro pela cidade, pegamos o trem para Lucca, uma outra cidade da Toscana. Essa é bem medieval e ainda conserva as muralhas e os portões que cercavam a cidade. A gente se sente entrando em outro tempo, em uma época em que se andava a cavalo e os homens vestiam aquelas armaduras para defender sua cidade.



Fomos caminhando por Lucca e vendo toda aquela bela arquitetura medieval impressionantemente preservada! As torres, as casas com seus tijolos vermelhos, as paredes com tanta história para contar! Eu e o Theo começamos a nos perguntar quantas pessoas já teriam habitado aquelas casas, quantas pessoas teriam vivido, morrido e amado ali! Quantas festas, quanta música e quanta tragédia guardam aquelas ruas e aquelas paredes! Era muito interessante poder vivenciar em pleno século XXI a aura de uma cidade tão antiga!



Por fim, fomos a uma das torres, uma das mais antigas e que tem árvores em seu cume. Pagamos 3,50 euros para subir os 230 degraus e nos depararmos com a mais bela visão de toda a cidade!! Era deslumbrante ver tudo ali de cima! Cada torre, cada casinha, cada ruela, cada igreja, tudo podia ser visto dali! E batia um vento gostoso! Tirei milhões de fotos, é claro!



Depois eu o Theo ficamos ali apenas conversando e rindo! Rindo muito! Era divertido poder re-encontrar um amigo de tanto tempo e poder conversar em português! Contamos da nossa vida e rimos! Estávamos felizes! Tanto que as pessoas em volta, que não sabiam do que estávamos falando, também riam, só por ver a nossa alegria!
Saindo dali fomos ao Duomo da cidade e reparamos que ele foi construído grudado no campanário, provavelmente para evitar a queda deste. Eram as soluções arquitetônicas encontradas na época para se resolver os problemas de estrutura de uma edificação. Não fica bonito, mas ao menos, evita problemas.


Dali fomos para a estação de trem, pois eu voltaria para Firenze e ele para Viareggio. O trem demorou a sair e pudemos conversar mais um pouco. Por fim nos despedimos e meu trem partiu. Voltei para Firenze ouvindo MP3 e pensando em como o dia tinha sido divertido! Quanta história eu aprendi, quanta vivência diferente eu pude ter estando ali naquela cidade que se conserva ainda tão medieval, quantas risadas eu dei ao lado de um amigo que não via há tanto tempo! O dia realmente tinha sido especial! Eu estava cansada quando cheguei a Florença, mas um cansaço bom, daqueles que fazem a gente ter a certeza de que o dia valeu a pena!

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
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