Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vaticano, um país dentro de uma cidade

Ciao, amigos!

Ontem acordei cedo! Tinha horário marcado para ir aos Museus do Vaticano. Mais um dos ingressos que comprei pela internet em um site chamado “Florence Tickets”.Eu teria de estar lá às 9 horas da manhã pra encontrar o rapaz da agência e trocar meu voucher pelo ingresso. Às 8h45 eu já havia chegado. Entramos eu e um grupo de mais 13 pessoas, a maioria franceses. O ingresso era só pra entrar, não incluía visita guiada. Ao passar da roleta era cada um por si. A gente entra e dá em um jardim com uma escultura esférica no meio que fica girando. Não consegui descobrir o que ela significava pois nada por aqui parece ter explicação. Ou você compra o guia na entrada ou fica sem saber. Aqueles folhetos de explicação básica que existem em todo lugar, aqui parece que ainda não inventaram...enfim...a escultura é bonita e tem um brilho singular.



Dali caí no Museu de arte Egípcia. Muito interessante! Tinha uma múmia super bem conservada e os vasos canopos onde eram colocados os órgãos retirados pelo processo de mumificação. O único órgão não retirado era o coração. Essa parte do Egito me desperta bastante curiosidade e fiquei um tempo ali naquele museu.


Saindo dele, cheguei ao Salão Octagonal com esculturas greco-romanas. Bonitas, mas nada de especial. A única particularidade é que a religião católica mandou cobrir, com uma folha de parreira, todos os nus. Então a gente vê aquelas estátuas antiquíssimas, de religião totalmente pagã, com aquela ridícula folhinha que dá pra perceber que foi colocada depois...ai, ai, a hipocrisia da Igreja...mas deixemos isso pra lá que esse blog não tem intenções filosóficas ou religiosas.


Porém, meu maior interesse no Vaticano era ver a Capela Sistina (meu e de 99% das pessoas que entram ali nos Museus!) e fui seguindo as placas que indicavam “Capela Sistina, percurso curto”, afinal, eu queria chegar lá o mais breve possível, antes de estar muito cansada de andar e, principalmente, antes da horda de turistas com seus guias. Fui andando, andando, até que me deparei com uma placa que indicava uma escadinha sinistra, num cantinho, meio escura e vazia. Achei que não poderia ser ali, mas como quem tem boca vai a Roma e eu já estou em Roma, resolvi perguntar ao segurança do museu se eu poderia descer ali e se daria na Capela Sistina. Ele afirmou que sim e lá fui eu. Não é que, ao descer, logo a esquerda, ali estava ela!? Linda! Realmente Michelângelo era um gênio! Dá pra ficar um tempão ali observando cada cena do antigo e do novo testamento. Desde a criação do mundo por Deus, passando pela célebre Criação do homem, depois a da mulher, onde Eva parece mesmo saindo da costela de Adão, a Arca de Noé, o nascimento de Jesus, até o juízo final. Aliás, essa foi a única foto que consegui tirar antes do segurança gritar (pra mim e para uma multidão de turistas): “No photo, please!” Guardei a máquina e fiquei ali vendo os detalhes de toda aquela beleza. Depois de quase uma hora ali dentro, voltei para os museus, pois queria ver as salas de Rafael. Eu não gosto muito da pintura dele, pelo menos do que eu conheci em Milão, Veneza e Firenze, mas dessas eu até gostei. Acho que são de outra fase. Lá estava a famosa “Escola de Atenas”onde ele pintou os grandes nomes do pensamento e da ciência como Platão, Aristóteles, Pitágoras, Epicuro, Sócrates, etc, etc, etc....






Saindo dali, passei por mais algumas salas interessantes, incluindo uma com pinturas modernas onde estava um quadro de Van Gogh. No fim de tudo, voltei à Capela Sistina para poder sair para a Basílica de San Pietro, dei mais uma olhada na belíssima obra de Michelângelo e saí. Contudo, antes de chegar ao interior da basílica há uma entrada para subir até o Domo (cúpula) e, lá fui eu. Subi os 320 degraus (na verdade, são 320 porque eu poupei 217 subindo de elevador, pois no total são 537).Pode-se pagar 5 euros para subir todos de escada ou 7 euros para subir só os 320. Mas o pior é que a escada vai ficando cada vez mais estreita e quando se acha que não pode piorar, a parede inclina e você se sente na Torre de Pisa, andando meio de lado e subindo degraus irregulares. Quem criou aquilo devia estar pagando alguma penitência. A vista lá de cima é bonita, mas, sinceramente, não vale o esforço. Uma vez eu li, em algum lugar, que ali de cima o ser humano tem a noção de que é o mais perto que se pode chegar de Deus, mas, cá entre nós, com toda aquela opulência que há no Vaticano, não consigo ver muito Deus ali por perto, não...me senti muito mais próxima dele no alto da Notre Dame, mas isso é uma outra história ( e que alguns leitores desse blog não venham querer dizer que estou comparando Roma com Paris, “pelamordedeus”!).



Depois de algumas fotos e uma água para recompor as energias, desci para ver o interior da Basílica de San Pietro. Ela é o mais importante santuário católico do mundo e todos os elementos são em ouro, bronze e mármore (este, roubado do Coliseu). Tem 186 metros de altura. A história dessa Igreja é a seguinte: no século XVI, Júlio II decidiu reconstruir a “Basílica de Constantino”, que era do século IV e que tinha sido erguida sobre o túmulo de São Pedro. Vários artistas participaram: Bramante fez o esboço da obra; Michelângelo fez a cúpula; Maderno fez a nave e a fachada e Bernini construiu o púlpito (que parece um relicário de bronze), protegendo assim, o túmulo de São Pedro. A basílica atual já passou por diversas reformas e os pontos mais importantes dentro dela, para mim, foram: A Pietá, do mestre Michelângelo, que é deslumbrante, fica na primeira capela à direita de quem entra pela porta principal e está protegida por um vidro blindado (vai entender....aqui em Roma uma obra de Michelângelo precisa ser protegida por vidro blindado, lá em Firenze o Davi, do mesmo artista, está sem nenhuma proteção além de uma grade baixa! Depois eu que implico com Roma, mas os próprios romanos parecem que sabem com quem estão lidando...)


E o túmulo do papa João Paulo II. Eu estava ouvindo uma explicação de uma guia em espanhol que dizia o seguinte: a maioria dos papas vêm de famílias nobres, que tem um brasão. E quando eles são enterrados aqui, coloca-se o brasão da família e o nome do papa morto, mas João Paulo II vinha de uma família pobre, sem brasão, então, ao morrer, criaram para ele um brasão onde o M é de Maria, já que ele era muito devoto da mãe de Jesus. O nome dele está em latim, como o de todos os papas, aliás, aqui no Vaticano existem duas línguas oficiais: o italiano e o latim e é nessa última que as missas ainda são rezadas.


Da basílica a gente sai na Piazza San Pietro, que foi projetada por Bernini (esse foi, sem dúvida, o maior arquiteto da Roma seiscentista) em 1630 com a ideia de reproduzir um grande abraço e que permitisse ao papa ser visto pelo maior número possível de fiéis (naquela época não existiam os telões que existem hoje). No centro dela há um obelisco que marca onde havia “O circo de Nero”, local em que São Pedro foi martirizado em 64 d.c. Eu descobri que para construírem a via della Conciliazione, que liga o castelo de Sant'Angelo à Basílica foram destruídas várias casas medievais e uma Igreja de Nossa Senhora da Conciliação (essa foi reconstruída mais tarde na ilha Tiberina, no rio Tibre). Essa passagem não era apenas por cima, mas também por baixo da terra, em corredores secretos que permitiam ao papa fugir em caso de necessidade extrema, como aconteceu com o papa Clemente em 1527.
Em tempo: Não se entra na basílica com os ombros e/ou os joelhos de fora. Nem adianta tentar que eles barram mesmo! Pode-se ir de bermuda e camiseta só aos museus e à Cúpula, mas no interior da Basílica, sem chance, portanto cubra os joelhos com uma saia ou calça e leve um xale para cobrir os ombros (aliás, em praticamente todas as igrejas aqui na Itália há essa regra, e como faz um calor infernal aqui no verão, quase todas oferecem um pano feito de TNT para que as pessoas desavisadas possam entrar, e não perder a viagem, mas adivinhem? Na Basílica de São Pedro eles não têm, ou seja, se você for de bermuda, perde a viagem!).
Almocei ali pelo Vaticano mesmo. Comi salada. Uma delícia! Como eu ainda tinha direito ao ônibus turístico, peguei-o para voltar pro hotel. Porém, no caminho, resolvi descer na Basílica de Santa Maria Maggiore. Dizem que é uma das mais bem conservadas aqui de Roma. Tem uma estátua do papa Pio X e um museu bem bonito, cheio de relíquias papais. Hoje foi um dia dedicado à religiosidade em Roma.
Voltei andando para o hotel, tomei banho e saí de novo. Eu queria ver a Fontana di Trevi iluminada, mas como ainda era cedo pra cair a noite, fui a um passeio diferente: o Time Elevator.



É uma espécie de simulador onde se vê um filme em 3D sobre a história de Roma (há fones de ouvido em várias línguas, escolhi espanhol, pois não havia em português) e as cadeiras são móveis e vão se movimentando e acordo com a história contada. Há um sistema que nos dá a sensação de vento e chuva. É muito divertido! São 25 minutos, custa 12 euros. Conta toda a história desde que Rômulo e Remo foram abandonados e adotados pela Loba, até a fundação de Roma e a cosntrução de seus monumentos, a morte de Julio César, as obras de Michelângelo, enfim....é muito bacana! Vale a pena!
Ao voltar para a fontana, comprei um crepe e sentei ali na frente dela para vê-la ir se iluminando à medida que a noite caía. É uma fonte bonita, obra de Nicoló Salvi, em 1762, mas que ficou imortalizada mesmo no filme de Fellini.


O dia terminou e voltei pro hotel cansada. Continuo achando Roma uma cidade dispensável no meu roteiro, mas como diz um amigo meu “se você está no inferno, abrace o capeta!”, então estou tentando tornar esses meus dias aqui no melhor possível. Vi coisas bonitas no Vaticano, principalmente as obras de Michelângelo que eu amo em qualquer lugar do mundo! Mas não vou jogar a moeda na Fontana di Trevi, pois Roma é uma cidade para a qual jamais pretendo voltar.

Arrivederci!

p.s. Aos leitores de plantão: não estou revoltada com nada, pelo contrário! Estou amando poder viajar e ver tudo o que estou vendo, apenas não gostei de Roma e ponto. Sem comparações com nenhuma outra cidade.

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais um dia em Roma

Ciao, amigos!

Acordei cedo hoje, tomei meu lauto café da manhã no hotel e fui passear de ônibus turístico, já que meu bilhete é de 48h tenho até amanhã pra ficar rodando. Saltei no "Largo Torre Argentina", onde estão as ruínas do que foi o Senado Romano e onde, teoricamente, Julio César foi assassinado em 44 a.c. O mais incrível é que não havia uma única placa informando sobre isso, aliás, não havia placa informando nem que aquele monte de ruínas tinha sido o Senado Romano.



Dali, fui andando até a Piazza Venezia, onde fica o monumento dedicado a Victtorio Emmanuelle II, o rei responsável pela unificação da Itália (ao lado de Garibaldi, mas isso ninguém diz...). É um monumento enorme, todo em mármore branco, bonito, mas um tanto pesado demais...Lá dentro há um museu dedicado à arte da Guerra, gratuito.
Lá de cima é possível ver a Piazza del Popolo onde está o Obelisco de Ramsés II, instalado por Sisto V em 1589. Ele é meio rosado e cheio de hieroglifos. Ao lado estão as Igrejas gêmeas, acrescentadas em 1675. É claro que todas essas informações eu só tenho porque estudei previamente, porque aqui não há nada informando, um folheto, uma placa, nada!







Saindo de lá, eu tinha comprado ingresso pela internet para a Galleria Borghese, um museu que existe dentro do parque da Vila Borghese, mas quando eu cheguei lá, o rapaz disse que eu não poderia entrar com mochila. Ok, já estou acostumada e sempre carrego uma bolsinha pequena pra essas ocasiões. Estava eu colocando as coisas de valor na bolsa menor quando ele me disse que eu não poderia entrar com nenhuma bolsa! Meio contrariada em ter de deixar máquinas, celular e MP3 ali, peguei minha carteira e ele disse que nem a carteira poderia entrar! Fiquei revoltada! Como assim? Ele acha que eu vou esconder uma escultura na carteira e levar pra casa???? Achei um absurdo e desisti de entrar no museu! Ele achou estranho e ainda me falou em italiano: "mas você já está com o ingresso, o museu é muito bonito!" e eu respondi com um italiano que nem eu sabia que tinha: " Da mesma forma que vocês não confiam em mim, eu também não confio em vocês, quem garante que tudo estará aqui quando eu voltar?". Saí de lá muito revoltada! Estou na Itália há quase um mês, já entrei em tudo quanto foi museu e igreja e nenhum tinha essa regra absurda de não poder levar nem a carteira! Enfim, eu que já não estava gostando de Roma, agora gosto menos ainda...
Dei uma volta no parque e resolvi ir até o Vaticano de metrô, pois amanhã tenho que madrugar lá e não quero me perder nem chegar atrasada, então fui ver onde era o local de encontro que está no meu voucher. Foi fácil de achar, mas demora mais do que eu achei que demoraria pra chegar. Ainda bem que fui hoje!
E não é que eu acabei, sem querer, vendo o papa! Na hora que cheguei era justamente a hora em que ele estava lá dando a bênção. Praça lotada! E ele ali no telão. Eu que fiz tanta questão de vir a Roma e não ver o papa, não consegui! Affe! Até isso deu errado!
Almocei ali pelo Vaticano mesmo,comida boa e barata! Comi salada, o que não comia há tempos! Comprei umas bobagenzinhas e tirei muitas fotos: da entrada da cidade com seu muro em torno, dos guardas que vestem uma roupa engraçada e dos meus pés pisando em duas cidades ao mesmo tempo: Roma e Vaticano e, claro, da Basílica de São Pedro!









Saí de lá e passei no Castelo Sant'Angelo, antiga fortaleza dos papas e que tem um Arcanjo Miguel no cume. Ele fica bem do lado da Ponte de Sant'Angelo que passa por cima do rio Tibre. Tirei mais fotos e, a essas alturas, já estava cansada.


Voltei pro hotel de ônibus turístico, mas antes passei no mercado pra comprar umas frutas.
Continuo achando Roma uma cidade chata...Talvez amanhã, depois da Capela Sistina ou depois de ir ao Coliseo tudo mude, mas por enquanto estou achando que eu não precisava ter esticado a viagem até aqui. Enfim, esperemos o dia seguinte, afinal, Roma não se fez em um dia...

Arrivederci!

Em tempo:
Aos leitores desse blog que amam Roma:
Não estou comparando Roma com Paris, Veneza ou Firenze, mas tenho o direito de não gostar dela e expressar aqui minha opinião.

A um leitor em especial:
Roma não é mais suja que o Brasil, é verdade, mas vim para a Europa buscando algo diferente do meu país: mais limpeza, mais organização, afinal não é isso que chamam de primeiro mundo? Pra ter o mesmo que tenho na minha terra, não precisaria atravessar o oceano!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Roma não se fez em um dia!

Ciao, amigos!

Saí hoje pela manhã de Florença e peguei o trem para Roma. Menos de 2 horas em um Eurostar e eu estava na cidade eterna! Cheguei na estação Termini, lotada! Passei no posto de informações turísticas para pegar um mapa, comprei os bilhetes do metrô no jornaleiro e me encaminhei à Linha A do metrô. Nossa! Uma quantidade de escadas para subir e descer absurda!!! E eu de mala, mochila e bolsa. Finalmente cheguei a plataforma, peguei o trem e saltei duas estações depois...achei que teria sido menos cansativo ir a pé...enfim, desci do metrô já do lado da rua do hotel Julia (Via Rasella, 32) e descobri que Roma não é plana! A rua do meu hotel é uma ladeira! Nessas horas eu me arrependo de tudo que comprei ao longo da viagem! Como lembrancinhas pesam! Na saída do metrô um senhorzinho que estava com a esposa e falava espanhol me ajudou com a mala. Acho que ficou com pena de mim...
O hotel é bonzinho. Limpo e tem uma recepcionista portuguesa, logo, pude receber todas as informações em português, embora a essas alturas, eu já esteja entendendo bastante bem o italiano.
Depois de me instalar, fui dar uma volta pela cidade e, como costumo fazer, peguei um daqueles ônibus turísticos para fazer um reconhecimento.
Cá entre nós, não achei Roma isso tudo, não...a cidade é confusa, tem poucas placas, pouca indicação turística. Aliás, de um modo geral, a Itália é toda assim...mas aqui em Roma percebe-se que realmente se chegou à Itália: todos gritam, buzinam muito no trânsito, tem gente pra todo lado, tudo é meio zoneado... eu tinha uma vaga noção de que seria assim, mas não imaginei que fosse tanto.
De qualquer modo dei uma longa volta com o ônibus, na verdade eu queria fazer o percurso completo, mas no Coliseu entrou uma família de chineses (ou coreanos, sei lá) muito mal educada, com crianças que gritavam o tempo todo! Além disso havia também um casal acho que daqueles países nórdicos como Noruega ou Dinamarca com um bebê bem pequeno que chorava o tempo inteiro! Como o clima dentro do ônibus ficou insuportável, desci na Piazza Navonna, onde fica a Embaixada Brasileira. Aproveitei pra tirar umas fotos.


Acabei almoçando por ali mesmo em um restaurante chamado “La Dolce Vita”. Impossível não lembrar de Fellini! A comida era boa: Bruschetta al Pomodoro + Pizza + Refrigerante = 10 euros. E sem o “coperto” (aquele serviço que existe aqui na Itália em que se paga apenas para sentar nos restaurantes!).


Dali fui até o Pantheon, mas estava fechado pois tinha uma missa. Então me encaminhei para a “Fontana di Trevi”, já que eu estava em um clima Felliniano...no caminho passei por uma praça interessante que mantinha umas pilastras de algo que deve ter sido um templo e misturava com a arquitetura de prédios modernos. Gostei. Claro que não consegui descobrir o que era porque não havia uma única placa informando!



A Fontana di Trevi é muito bonita, fica aqui do ladinho do meu hotel, mas é simplesmente LOTADA de gente! Dei sorte de conseguir um lugarzinho bom para tirar foto, mas tinha muita gente lá!


Ao sair, descobri um mercado, comprei algo para o jantar e fui embora, estava cansada por ter acordado cedo para pegar o trem e de tanto carregar mala pra cima e pra baixo. Minha primeira impressão de Roma não foi das melhores...achei a cidade suja, mal cuidada, zoneada e com pessoas bem mal humoradas, mas pode ser que seja só porque eu já estou cansada de viajar e cansada de toda a desorganização italiana. Quero voltar para Paris, onde tudo é organizado e onde as pessoas são educadas! Espero que nos próximos 5 dias essa impressão ruim se desfaça e eu tenha vontade de jogar uma moeda na Fontana di Trevi para, segundo a tradição, retornar à Roma.

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chuva que vira arte na Toscana

Ciao, amigos!

Meu último dia na Toscana amanheceu chuvoso. Ainda bem que eu não planejei ir a Siena ou a San Gimignano, senão seria frustante. Mas como eu estava em Firenze, fui fazer passeios que a chuva não poderia atrapalhar. Primeiro fui ao “Museo Bargelo”, um lugar belíssimo com esculturas maravilhosas de Michelângelo, Giambologna, Ammannati e outros. Esse é o segundo museu mais importante de Firenze, só perde para a Galleria degli Uffizzi. Custa 4 euros para entrar e vale a pena pois a quantidade de esculturas do século XIV encontradas ali é de impressionar! Além da própria estrutura do local, que já foi um palácio. Arquitetura belíssima!






Saí de lá e ainda chovia! Então fui para o “Museo e Casa de Dante” que fica ali perto. Foi a casa onde o autor da Divina Comédia viveu e tem vários escudos heráldicos mostrando passagens do livro, além de mapas de como era o mundo na época de Dante e de pinturas ilustrando algumas passagens da maior obra dele. Muito interessante.







Ao sair a chuva não dava trégua e me encaminhei ao “Palazzo Vecchio”, um lugar que descobri no meu primeiro dia em Firenze e que prometi voltar. A entrada custa 6 euros e vale cada centavo porque o lugar é simplesmente D-E-S-L-U-M-B-R-A-N-T-E!!!!!!! O salão quinhentista é de cair o queixo! Tem cada escultura belíssima!








Depois, pode-se subir para apreciar as outras salas que têm pouquíssimos móveis ou quadros nas paredes, pois os tetos e as pinturas feitas nas próprias paredes já roubam a cena! Tinha uma parede pintada com uma Vênus nascendo das águas. Não era a de Botticceli, mas era linda do mesmo jeito!
Fiquei um bom tempo no Palácio, tanto que até parou de chover, o que foi ótimo pois é muito complicado andar de guarda-chuva e câmera na mão. Almocei pizza (de novo!) e rumei para o “Giardini di Bóboli”, um jardim que fica dentro do Palazzo Pitti e para o qual se paga 10 euros para entrar (o ingresso também dá direito a visitar o Museu da Porcelana e o Museu dos Costumes, esse só de roupas de época. Minha ex-cunhada iria adorar! Pena que não pude tirar foto!).





O jardim é enorme, cheio de muros de hera, fontes e estátuas. Tem também uma bela vista de Firenze ao longe. Passeei um pouco, ouvi um pouco de música, tirei umas fotos e descansei da minha empreitada de hoje, afinal, foram 3 museus em um dia! Ufa!
Saí de lá ainda estava fazendo um solzinho tímido, tomei um sorvete e voltei para o hotel com os pés doendo de tanto andar!
Hoje foi meu último dia em Florença, amanhã de manhã pego um trem para Roma. Minha estada pela Toscana foi agradável. Gostei de Firenze apesar de achar que eles poderiam acolher melhor os turistas. Falta informação nos museus,dizendo o que é o quê, há momentos em que a gente fica meio perdida. Não existem folhetos explicativos como em Paris ou Genebra. Se não fosse o guia que comprei aqui, dificilmente entenderia as obras expostas. Aqui na Itália as coisas são um tanto zoneadas. Não é a toa que dizem que a Itália se parece com o Brasil...
Amanhã chego em Roma e sei que não vai ser melhor, pois todos dizem que Roma é bastante confusa, mas vamos ver...quem sabe dou sorte?

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

Michelangelo e Galileu no mesmo dia em Firenze

Ciao, amigos!

Acordei tarde hoje! Afinal, depois de mais de 8 horas andando ontem em Lucca, eu merecia um descanso! Após o lauto café da manhã, fui a um Museu que queria muito visitar aqui em Firenze: A Galleria dell'Accademia. É onde está o original da estátua de Davi de Michelângelo. Fiquei 1h30 na fila para comprar o ingresso que me custou 10 euros ( tá vendo, isso que dá não reservar pela internet com antecedência!) e finalmente pude entrar para ver as obras desse mestre da escultura.
Na primeira sala que entrei vi “O rapto das Sabinas” original (a réplica está na Piazza Signoria) de Giambologna.


Ao entrar em outra sala estavam os famoso “escravos” de Michelângello, obras incompletas,originalmente destinadas ao túmulo de Julio II na Basílica de San Pietro, no Vaticano.



Depois a gente vê uma “Pietá”, também do mestre, que é muito bonita...


E ali, em destaque, escontra-se ele: O Davi! Lindo! Um escândalo de grande! Só a estátua tem 4 metros, sem contar o pedestal! Uma perfeição de anatomia humana representada ali naquele bloco único de mármore.

Diz a lenda que perguntado como ele tinha feito aquela estátua tão perfeita em um só bloco de pedra, Michelângelo respondeu: “Eu olhei o bloco, peguei o martelo e o cinzel e tirei tudo o que não era Davi”. Simples assim! Só mesmo um gênio para enxergar Davi em um bloco de mármore. Impressionante!




Saindo da Accademia, fui até o Batistério de San Giovanni, dedicado a São João Baptista. Custa 4 euros para entrar e você pode fotografar a vontade! O lugar é lindo! Tem mosaicos que contam as histórias da bíblia, além das portas contando também passagens da vida de personagens bíblicos. É nesse batistério que está o “portal do paraíso” que eu mencionei em um post anterior.




Almocei uma deliciosa pizza caprese (muzzarela de búfala, rúcula e tomate!) e fui até o Museu Galileo, antes chamado de Museu da História da ciência. É um lugar bem interessante e mostra vários inventos não só de Galileo, mas de várias pessoas, com intenção de medir o tempo e entender o universo.


Há vários globos mostrando o céu, a terra, as novas terras descobertas e aquelas que se acreditavam existir...





Para quem gosta de ciência e coisas do gênero, vale a pena a visita. Custa 8 euros.





Na volta, passei por um caminho diferente e acabei descobrindo um supermercado! Aproveitei e fiz umas comprinhas. Passeei mais um pouco, mas a essas alturas meus pés já estavam doendo muito para pensar em ir a qualquer outro lugar, então voltei para o hotel.
Amanhã eu iria a Siena e San Gimignano, mas desisti desse passeio. Resolvi aproveitar um pouco mais de Firenze. Há museus aqui que quero ir e um jardim que dizem que é lindo! Sei que muita gente acha que vir a Florença significa necessariamente fazer um bate-volta a essas duas cidades, principalmente pra quem vai passar 6 dias na Toscana, mas minha viagem será diferente. Quero conhecer mais de Firenze, andar pelas suas ruas e visitar alguns museus que, em geral, as pessoas não costumam ir. As outras cidades ficarão para uma outra oportunidade...


Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010

Viareggio e Lucca, um dia agradável na Toscana com um amigo!|

Ciao, amigos!

Hoje foi um dia muito agradável, pois fui encontrar o Theo, um amigo da época da montanha, que mora aqui na Toscana. Saí cedo e fui até a estação de trem comprar passagem para Viareggio, que é a província onde ele mora. O trem saiu as 8 horas da manhã e durante todo o trajeto eu me senti em Uganda, devido à quantidade de africanos presentes dentro do trem! Em dado momento, olhei ao meu redor e percebi que eu era a única branca do vagão.
Todas as mulheres estavam vestidas com aquelas roupas coloridas e lenços na cabeça combinando, já os homens usavam calças quadriculadas à la Nelson Mandela e estavam todos de chinelo de dedo. Falavam uma língua estranha, talvez um dialeto, que eu não conseguia entender uma só palavra e riam! Riam alto, fazendo brincadeiras uns com os outros. Pareciam felizes!
Era engraçado ter esse contato tão direto com a África estando na Europa, contudo, tenho percebido cada vez mais a presença não só de africanos, mas de árabes e asiáticos aqui na Europa. Desde Paris que tenho notado que a quantidade de pessoas não-europeias vivendo e trabalhando aqui é muito maior do que, provavelmente, os governos gostariam. Talvez agora eu consiga entender toda a política de leis severas contra a imigração ilegal que existe por essas bandas de cá. No Brasil não temos isso. A mistura de povos se dá de uma forma pacífica e somos todos meio índios, meio europeus e meio africanos, mas aqui tudo parece bem separado. É como se existissem guetos, não propriamente físicos, mas imaginários. Aqui cada povo faz questão de manter suas tradições, seja na língua, no vestuário ou na comida. Bem diferente do Brasil, em que tudo se mescla tornando nosso país de uma pluralidade única no mundo, onde todos são apenas brasileiros.


Depois de 1h40 desses pensamentos que acabei de comentar desci em Viareggio e liguei pro Theo. Ele foi me buscar na estação e foi me mostrar a linda cidadezinha onde ele mora. É um local de praia e tem uma marina com farol e tudo.





Ele me contou que Puccini, o compositor, viveu ali e até me mostrou o piano que ele tocava. Hoje fica em uma livraria.



Viareggio tem uma arquitetura bem simpática, um clima gostoso, com uma brisa agradável. Depois de um giro pela cidade, pegamos o trem para Lucca, uma outra cidade da Toscana. Essa é bem medieval e ainda conserva as muralhas e os portões que cercavam a cidade. A gente se sente entrando em outro tempo, em uma época em que se andava a cavalo e os homens vestiam aquelas armaduras para defender sua cidade.



Fomos caminhando por Lucca e vendo toda aquela bela arquitetura medieval impressionantemente preservada! As torres, as casas com seus tijolos vermelhos, as paredes com tanta história para contar! Eu e o Theo começamos a nos perguntar quantas pessoas já teriam habitado aquelas casas, quantas pessoas teriam vivido, morrido e amado ali! Quantas festas, quanta música e quanta tragédia guardam aquelas ruas e aquelas paredes! Era muito interessante poder vivenciar em pleno século XXI a aura de uma cidade tão antiga!



Por fim, fomos a uma das torres, uma das mais antigas e que tem árvores em seu cume. Pagamos 3,50 euros para subir os 230 degraus e nos depararmos com a mais bela visão de toda a cidade!! Era deslumbrante ver tudo ali de cima! Cada torre, cada casinha, cada ruela, cada igreja, tudo podia ser visto dali! E batia um vento gostoso! Tirei milhões de fotos, é claro!



Depois eu o Theo ficamos ali apenas conversando e rindo! Rindo muito! Era divertido poder re-encontrar um amigo de tanto tempo e poder conversar em português! Contamos da nossa vida e rimos! Estávamos felizes! Tanto que as pessoas em volta, que não sabiam do que estávamos falando, também riam, só por ver a nossa alegria!
Saindo dali fomos ao Duomo da cidade e reparamos que ele foi construído grudado no campanário, provavelmente para evitar a queda deste. Eram as soluções arquitetônicas encontradas na época para se resolver os problemas de estrutura de uma edificação. Não fica bonito, mas ao menos, evita problemas.


Dali fomos para a estação de trem, pois eu voltaria para Firenze e ele para Viareggio. O trem demorou a sair e pudemos conversar mais um pouco. Por fim nos despedimos e meu trem partiu. Voltei para Firenze ouvindo MP3 e pensando em como o dia tinha sido divertido! Quanta história eu aprendi, quanta vivência diferente eu pude ter estando ali naquela cidade que se conserva ainda tão medieval, quantas risadas eu dei ao lado de um amigo que não via há tanto tempo! O dia realmente tinha sido especial! Eu estava cansada quando cheguei a Florença, mas um cansaço bom, daqueles que fazem a gente ter a certeza de que o dia valeu a pena!

Arrivederci!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO DE 2010
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