Sobre mim

Professora de formação. Viajante de coração.
Meus caminhos pelo mundo são feitos de história, poesia e felicidade. Descubro lugares e me descubro através das viagens.
Como diz o velho ditado: A gente só leva da vida a vida que a gente leva.

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As Catacumbas de Paris, um museu macabro e interessante

Bonjour, amigos!

Hoje, finalmente, fiz o passeio macabro às Catacumbas de Paris. Posso dizer que esse foi o museu mais estranho que já visitei! Comecei pegando o metrô até a estação Denfet-Rochereau. Na saída há um enorme leão de bronze feito pelo mesmo escultor da estátua da Liberdade: Bartholdi. Logo ali em frente está a entrada para as Catacumbas. O ingresso custa 8 euros. Há 130 degraus para descer e 83 para subir. Faz, em média, 14 graus lá embaixo.  São 2 km de percurso, que leva mais ou menos 45 minutos para ser percorrido e não é um passeio aconselhável aos claustrofóbicos. Conta a lenda que, no século XIX, os visitantes recebiam uma vela e seguiam uma linha preta pintada no teto. Hoje o percurso é iluminado e há setas marcando o caminho.




As Catacumbas ficam dentro de uma pedreira e a primeira parte do túnel é feito com muros de pedra que sustentam o teto da pedreira, já a segunda parte é lavrada diretamente na pedra. Uma das primeiras câmaras onde se chega é aquela chamada de “Atelier”. Aqui eram realizadas reuniões clandestinas de bruxas, contrabandistas e sociedades secretas desde o século XVIII. Na época da Segunda Grande Guerra, a Resistência Francesa montou seu quartel-general aqui.





Há uma parte que está interditada com fitas, para mostrar que foi ali que aconteceu um desabamento, na época em que funcionava a pedreira, e um trabalhador, chamado Ducure, morreu.


Anda-se bastante até se chegar ao ossário. Logo na entrada há a inscrição: “Pare! Aqui é o império da morte!” e lá dentro não é possível tirar fotos com flash para não danificar os ossos (?). Acredita-se que a ossada de mais de 6 milhões de parisienses esteja aqui, a maioria vinda do “Cemitério dos Inocentes”, chamado assim porque, na época da Revolução Francesa, as pessoas mortas eram colocadas ali para apodrecerem. No início, os ossos eram apenas empilhados nas catacumbas. Mas foi por ordem de Napoleão que eles foram arrumados na forma de mosaico que vemos hoje.



Há também os restos trazidos do “Cemitério da Madelaine”, que ficava perto da Place de la Concorde e para onde iam os corpos dos guilhotinados, por isso, provavelmente, estão entre eles os ossos de Danton, Robespierre, Louis XVI e Maria Antonieta. Não se sabe ao certo porque os guilhotinados eram colocados para apodrecer em uma vala comum, até mesmo o rei que foi morto como nobre, depois foi colocado junto com os plebeus.


Andando mais um pouco chega-se à Fontaine de la Samaritaine (câmara do Poço). Era um poço feito para oferecer água aos trabalhadores da pedreira, mas foi apelidado de “Banho de pés”, pois como não tinha como enxergar no escuro, toda hora as pessoas colocavam os pés dentro do poço.


Há uma cripta que foi usada como Igreja (chamada de Sacellum) e onde havia missa regularmente. Dizem que em 2 de abril de 1897 aconteceu aqui um concerto clandestino com várias marchas fúnebres. Dizem também que o rei Carlos X oferecia aqui jantares secretos. Esses muros guardam muitos mistérios...


Mais alguns minutos de caminhada e chega-se ao monumento chamado de “La lampe sépucrale” (A lâmpada sepucral), que foi o primeiro monumento das Catacumbas, onde, originalmente, ardia um braseiro para melhorar a circulação de ar.


Na última parte do túnel, olhando para cima, pode-se perceber uma câmara em forma de sino, que é o resultado do afundamento gradual do solo. Dizem que esse tipo de formação é muito perigosa, pois, como não é detectada da superfície, um carro que passe pela camada fina pode cair até 30 metros! O último desabamento ocorreu em 1995.


Ao chegar na saída, ali está a escada em caracol com 83 degraus gigantescos para subir. Há uma placa dizendo para se subir devagar. Foi o que eu fiz.



A saída é pela rua Remy-Dumoncel, onde, na outra calçada há uma lojinha de souvenirs das Catacumbas com esqueletos de borracha e coisas do gênero. O dono fala português! Aproveitei para pedir a ele algumas informações de o que fazer por ali e ele me indicou um belo parque chamado Montsouris, onde as pessoas vão para ler, descansar, tomar sol (praia de parisiense é parque!), fazer piquenique e conversar. É um local bem agradável.

Dali votei até o metrô e fui ao Café de la Paix, um famoso (e chique!) café parisiense, onde tomei um capuccino e comi uma bomba de chocolate.



Depois fui andando até a Place Vendôme, uma praça inaugurada em 1699 em cujo centro há uma coluna, chamada coluna Vendôme (que original!) erguida no século XIX como tributo a Napoleão.


Dali, a pé, rapidinho já se chega ao Jardin de Tuileries, lindo, lindo! E dali até o Louvre é um pulinho. Aproveitei para tirar mais fotos da pirâmide do Louvre, dessa vez, durante o dia.



Voltei andando para casa e tirando lindas fotos, afinal, Paris no fim do dia tem uma luminosidade única e hoje, particularmente, as cores estavam especiais! Vi o belo pôr do sol da Pont Neuf (que apesar de se chamar “Ponte nova” é a mais antiga da cidade) e passei pela simpática Praça Dauphine.



E como não poderia deixar de ser, antes de ir embora, dei uma passadinha na Notre Dame só para dar uma olhada e tirar mais algumas fotos dessa Igreja que não canso de fotografar!


No fim, ainda deu tempo de passar no supermercado e vir para casa para tomar banho, comer e dormir!
A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

La Villette, um bairro moderno em Paris

Bonjour, amigos!

Hoje fui ao Parque de La Villette, que fica um bairro afastado de Paris, e possui jardins planejados e dois complexos: a cidade das ciências e indústria e a cidade da música (agora eu sei de onde o César Maia tirou a ideia de fazer uma dessas no Rio de Janeiro). Chega-se lá de metrô e é bem fácil. Saltei na estação Porte de Pantin, que fica defronte a cidade da música, pois eu queria ir ao Museu que existe ali dentro. Bem na saída do metrô, há um guichê de informações onde se pode pegar um mapa do local, mas há várias placas indicando como chegar a qualquer lugar dentro do parque. Adoro a organização francesa e a preocupação deles com o turista!


O museu é lindo! Conta a história da música desde o século XVII até os dias de hoje. Na entrada a gente recebe um fone de ouvido (só há em francês ou inglês) e, ao longo do percurso, vai ouvindo a história dos instrumentos e de como ele influenciou a vida das pessoas da época, além de se poder também ouvir o som produzido por cada instrumento. É maravilhoso! Dá pra ficar umas 3 horas ou mais lá dentro!


Seguindo as indicações das placas, fui caminhando até a Cidade das ciências e no meio do caminho, passei por um jardim de espelhos. São 28 placas de mármore com espelhos que refletem a paisagem local. O efeito é bem interessante!


Dali, caminhando mais um pouco chega-se ao rio que corta o parque. Há uma passarela para atravessá-lo, mas o que eu achei muito bacana é que as escadas da passarela têm, nas laterais, um apoio para quem vai de bicicleta poder subir e descer com sua magrela em ter de ficar pulando os degraus ou carregando a bike no ombro. Muito prático!



No meio do caminho entre as duas “cidades” há a Géode, uma bola gigantesca de aço inoxidável polido que abriga uma tela hemisférica de 1000 metros quadrados. É uma espécie de planetário onde se pode assistir a vários filmes e documentários, de acordo com a programação. Já que eu estava lá, resolvi ver um documentário sobre os Golfinhos. Realmente a tela impressiona de tão grande e, ao ver o filme, dava a sensação de que eu estava dentro do mar! Um encanto!! Há muito anos, quando eu ainda estudava na Aliança Francesa, descobri La Géode e achei que seria muito interessante ver um filme ali. De fato, é! São 10,50 euros que valem a pena gastar, pois a sensação de estar dentro da tela é incrível! Os filmes são falados em francês e há audio-guia em inglês, apenas. Se você não entende nenhuma das duas línguas, talvez não valha a pena ir a La Géode.




Ao sair já estava tarde para eu ir ao Museu das ciências, que fecha as 18h, então peguei o metrô na outra ponta do parque (estação Porte de la Villette) e voltei para casa. O dia hoje foi bem diferente, pois vi uma Paris moderna, com prédios de uma arquitetura arrojada e quase futurista. Nem parece aquela Paris dos cartões postais, no entanto, é bom descobrir que Paris é muito mais que um Arco e uma Torre, e melhor ainda é ter tempo para aproveitar essa cidade com toda a diversidade que ela oferece.



A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

Preguiça em Paris vira arte!

Bonjour, amigos!

Hoje foi um dia em que acordei tarde e estava com uma preguiça danada de sair! Mas Paris está lá fora me esperando e não posso passar o dia na cama! Então, resolvi ir aqui por perto mesmo e fui até o Jardim de Tulherias, que fica em frente ao Louvre. É tão estranho vê-lo sem a Roda Gigante e sem o parque que fica ali no verão. É, parece que aqui o verão acaba no fim de agosto, mesmo que o calendário diga que ele vai até setembro.



O dia era de sol e aproveitei para tirar belas fotos do jardim. Também aproveitei que a Place de la Concorde estava sem os tapumes de obra que tinha em julho, quando estive aqui, e tirei fotos ao lado da fonte. Essa praça foi, antigamente, o local onde os condenados à morte eram guilhotinados quando da Revolução Francesa e ali no centro, onde ficava a temida guilhotina, agora existe um monumento à paz e a praça que outrora se chamou Praça da República, passou a se chamar Praça da Concórdia, para selar a paz entre a história e os moradores de Paris.




Aproveitando meu Paris Museum Passe, fui até a Orangérie um museu dentro dos Jardins que abriga as Ninfeias, de Monet, contudo, como eu já havia visto a belíssima obra do mestre ano passado, fui à parte de baixo onde descobri obras maravilhosas de Renoir, meu pintor impressionista preferido! Agora eu sei por que quase não havia quadros dele no Museu D'Orsay (que tem uma ala inteira dedicada ao movimento Impressionista)!Eles estão todos aqui na Orangérie! Cada obra linda! Não apenas de Renoir, mas de Cézanne e até de Picasso, que eu nem gosto muito, porém aqui há alguns quadros de uma fase anterior à fase cubista do pintor e que é bem interessante!





Saindo de lá, andando pela Rue de Rivoli, acabei entrando no Museu de Artes Decorativas (de 9 a 17 euros sem o passe, dependendo da ala escolhida), onde há mobília e objetos de arte, da Idade Média aos dias de hoje. É um acervo enorme! Claro que não dava para ver tudo! Mas vi muita coisa linda e tirei muitas fotos. Aliás, uma das coisas que mais gosto em Paris é poder tirar foto de tudo (na maioria dos lugares, sem flash) e poder entrar com mochila em todos os lugares ( a única coisa que eles pedem é para passar no raio X ou para abrir a bolsa para ver se você não está carregando uma bomba)



Saindo do museu, eu estava cansada e com fome, então voltei pro apto e comi em um restaurante bem gostoso aqui em frente ao prédio chamado “La Harpe”. Menu a 15 euros com direito a entrada (escolhi sopa de cebola) + prato principal (escolhi entrecôte com batatas) + sobremesa (profiterolis! Huuuuum). Excelente!




Subi e descansei um pouco, pois à noite eu queria ir ao Louvre para aproveitar o Paris Museum Passe (sem ele, a entrada é 9 euros). É que descobri que às quartas e sextas, durante os meses de verão, o Louvre fica aberto até 22 horas (última entrada as 21h30) e ir nesse horário foi a melhor escolha que eu fiz! O Louvre está praticamente vazio! Pouquíssimas pessoas passeando, o que permite que se possa ver as obras com mais calma. Pra se ter uma ideia, consegui tirar foto com a Monalisa sem quase ninguém do lado! Inclusive, percebi que, na sala onde está a Monalisa, existem outros quadros belíssimos!




Minha intenção, nessa visita, era ver os Apartamentos de Napoleão. Com auxílio do mapa (impossível andar no Louvre sem um plano do museu!!), fui passando por várias salas, até chegar lá. Lindo! Uma opulência absurda, como era de se esperar!



Ao sair, aproveitei que a noite já havia caído de fato e tirei umas belas foto da pirâmide iluminada. Realmente o Louvre é um castelo belíssimo! Versalhes é bonito, mas o Louvre é mais especial pois fica no centro da cidade. A gente vai andando ali pela beira do Sena e, de repente, lá está aquela maravilha arquitetônica! Riquíssima em detalhes! Mesmo que não se entre (o que, na minha opinião é um absurdo, pois não é sempre que se tem a oportunidade de conhecer o maior museu do planeta!), dá para curtir a fachada e tirar lindas fotos!


Voltei andando para casa, ali, pela beira do rio e observando os monumentos iluminados, observando a beleza dessa cidade! Acho que minha mãe tem razão: Paris é mesmo a cidade mais linda do mundo!


Quase chegando, passei por um grupo de dançarinos de rua que, ano passado, também fazia seu show aqui perto de casa. Parei pra ver e para ter um suspiro de que ainda estamos no verão, afinal, é só nas estações de calor que as pessoas ficam na rua até tão tarde e que os artistas fazem seus shows, quase de graça, para entreter a população que está passeando. É bom chegar tarde em casa, de vez em quando, principalmente quando se está em uma cidade tão segura como Paris!

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os esgotos de Paris

Bonjour, amigos!

Como é bom poder acordar tarde quando se viaja!!! Hoje era o segundo dia do meu passe de museu que vale por 4 dias consecutivos, então, fui aos lugares que ele dava direito. Primeiro, peguei o metrô até a estação Alma-Marceau, atravessei a Ponte de L'Alma e fui visitar o Museu dos Esgotos de Paris (ingresso a 4,30 euros para quem não tem o passe). Parece estranho, sendo Paris a cidade linda que é, alguém querer visitar seus esgotos, mas, no meu caso, essa visita tinha a ver com meu querido escritor francês Victor Hugo que, ao escrever “Os Miseráveis”, colocou seu personagem principal Jean Valjean para atravessar os esgotos da cidade.
Achei impressionante como era tudo limpo e o cheiro (que eu imaginava ser terrível!) era quase imperceptível!


O esgoto de Paris data de 1370, quando construíram os primeiras calhas para coleta da água da chuva. Contudo só com Napoleão I aparecem os primeiros dutos cobertos, porém é só com o fantástico prefeito Barão de Haussmann que, em 1850, Paris recebe a rede de canos e dutos que alcançava 600 km de extensão e que tinha um sistema de bombeamento das águas sujas para baixo do Sena, longe da cidade. Uma inovação para a época. É claro que essa rede foi ampliada e reformada, no entanto, basicamente, continua a mesma desde aquela época.



Quando a gente entra, o moço da bilheteria oferece um mapa na língua desejada (ou quase, pois não tem português, mas espanhol serviu bem) e a gente vai lendo o que é o quê e vai seguindo as placas (adoro placas!!!) dizendo a direção da visita. Não tem como se perder, é tudo muito bem sinalizado e só está aberto ao público o caminho que deve ser percorrido, qualquer outra entrada está com uma fita escrito “proibido passar”.



Lá no meio, há uma explicação sobre o livro de Victor Hugo, dizendo que ele conhecia o inspetor dos esgotos da época, isso fez com que ele pudesse narrar, com riqueza de detalhes, as aventuras de seu personagem por um lugar em que ele próprio nunca esteve. Há um desenho de Jean Vajean carregando Marius inconsciente. É uma passagem famosa do livro.


Gostei da visita. Foi bem diferente do circuitão turístico aos quais as pessoas que vêm à Paris estão acostumadas. É muito bom ter tempo sobrando em Paris para poder fazer esse tipo de passeio. De lá fui ao Museu Quai de Branly, que fica quase do lado. O Paris Museum Passe também dava direito a ele. Este é um museu bem diferente, a começar pela sua entrada, com uma parede entremeada de hera e outras plantas se confundindo com as janelas. É interessante. Descobri que esse é um edifício-ponte que se projeta sobre uma farta vegetação e que segue a linha do Sena, portanto, é em curva (claro que é um prédio moderno e sua inauguração foi em 2006).



Ao entrar (pegue um mapa na entrada), pode-se ver obras da Ásia, Oceania, África e Américas. Fotos sem flash são permitidas. Havia muita coisa bonita e muita coisa estranha (pelo menos pra mim que não estou familiarizada com esse tipo de arte). Dá pra ficar umas boas duas horas lá dentro ou mais.



Como eu estava ao lado da Ponte de L'Alma, de onde saem os Bateaux Mouches e eu tinha um monte de ingressos para eles, resolvi fazer meu terceiro passeio de barco pelo Sena. Desta vez tirei fotos de uma Paris em sépia. Muito bonita!





De lá, peguei o metrô até a estação Saint-Germain-des-prés, pois, atrás da Igreja, há a rue Bonaparte onde no número 21 está a famosa confeitaria Ladurée com seus deliciosos macarrons (é uma espécie de suspiro macio com recheio dentro, dos mais variados sabores) e éclairs (no Brasil, chamamos de “bomba”). Eu queria comprar o éclair de pistache, que comi ano passado e era delicioso, mas tinha acabado, então comprei uma caixinha com macarrons sortidos e votei andando para casa, já para compensar a quantidade de calorias que será ingerida mais tarde.

A Bientôt!

VIAGEM REALIZADA EM AGOSTO/SETEMBRO DE 2010
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